Depois
de
uma
longa
negociação, a americana Pfizer deve anunciar nos
próximosdias
a
compra
da
brasileira Teuto, a primeira fabricante de
genéricos
do
País.
Segundo fontes, o acordo entre as duas
empresas
estava
sendo
assinado ontem à noite.
Procuradas,
a
assessoria
de
imprensa do laboratório goiano afirmou que a
empresa
não
comentará
o assunto. Já a assessoria da
farmacêutica
americana
divulgou
uma nota afirmando que "a
companhia
tem
como
uma de suas metas a expansão do portfólio
de
produtos
estabelecidos
nos mercados emergentes" e que o
"Brasil
é
um
mercado estratégico por seu potencial de
crescimento",
mas
que
a companhia "não fechou nem anunciou
qualquer
acordo
no
País".
Com
uma
participação
tímida
na venda de medicamentos para
farmácias
e
distribuidores
(cerca de 1%), a Teuto passou a
chamar
mais
a
atenção dos concorrentes nos últimos tempos. No
início
do
ano,
pelo menos três laboratórios (Pfizer, Aché e
GlaxoSmithKline)
analisaram
a
possibilidade de compra ou
associação
com
a
empresa de Anápolis (GO), com faturamento de
R$
280
milhões
em 2009.
A
Pfizer
era
a
mais avançada nas conversas. De lá pra cá as
negociações
chegaram
a
esfriar bastante, a ponto de o mercado
passar
a
olhar
com descrença que as empresas chegassem a um
acordo.
Mas
as
conversas foram retomadas e sua conclusão deve
ser
anunciada
em
breve.
Mercado.
Com
a
expiração
das patentes de algumas de suas drogas mais
bem-sucedidas,
como
Lipitor
e Viagra, a Pfizer busca
alternativas
para
compensar
as perdas de receita no mundo.
Juntos,
os
dois
medicamentos faturaram globalmente cerca de
US$
3
bilhões
no ano passado. É neste cenário que a compra da
Teuto
pela
americana
se justifica.
A
multinacional,
que
até
pouco tempo ignorava o mercado de
genéricos,
há
dois
anos decidiu investir em todo o mundo na
aquisição
de
companhias
do ramo. A compra de empresas
transformou-se
em
uma
alternativa de crescimento para a
fabricante.
Na
corrida
por
oportunidades
de compra, a Pfizer ficou para trás
em
alguns
negócios.
Só neste ano, perdeu a aquisição da
fabricante
de
genéricos
alemã Ratiopharm para a israelense
Teva
e
a
disputa pela brasileira Neo Química, que acabou sendo
vendida
para
a
Hypermarcas, em um negócio de cerca de R$ 1,3
bilhão,
em
dinheiro
e ações.
O
Brasil,
um
dos
mercados que mais crescem no mundo na área de
medicamentos,
mas
ainda
responde por menos 2% das vendas da
Pfizer,
a
maior
empresa global do setor.
PARA
ENTENDER
Segundo
a
consultoria
IMS
Health, no ano que vem, o mercado
farmacêutico
brasileiro
vai
ultrapassar o da Inglaterra,
enquanto
os
chineses
comprarão mais remédios que franceses e
alemães.
Trata-se
de
uma inversão na lógica dessa indústria,
em
que
os
países em desenvolvimento sempre ocuparam uma
posição
marginal.
Hoje,
o
grupo
de
15 maiores farmacêuticas do mundo - incluindo
Pfizer,
Merck
e
Eli Lilly - tem menos de 10% de suas vendas
originadas
em
países
emergentes. Se quiserem crescer, porém,
as
empresas
terão
de revisar sua estratégia. Em 2013, o grupo
de
17
países
considerados emergentes deve trazer vendas
adicionais
de
US$
90 bilhões - ou metade do crescimento do
setor.